Um desses acontecimentos deve-se a um dos mais badalados romances da época em que se crê que aqui se realizou o secreto casamento de D. Pedro I e Dona Inês de Castro.
O segundo deveu-se às Invasões Francesa em que partiu daqui a oposição às tropas Francesas, que alastrou por Trás-os-Montes e norte de Portugal.
Também no campo arquitetónico as opiniões se dividem entre o românico e o gótico, sendo contudo dos meados do século XIII.
Entre os séculos XVI, XVII e XVIII o templo sofreu obras de remodelação e ampliação, justificado pelo estado de degradação e também devido à sua posição como a praça multifuncional, e por nela ter sede da confraria de Santo Cristo.
Exteriormente apresenta um portal maneirista ladeado por um chafariz que ostenta as armas reais, o passo que demonstra a importância da semana Santa e terminando com o painel de azulejos comemorativo da proclamação, em 1808, do General Sepúlveda contra as Invasões Francesas.
Interiormente, a capela de Santo Cristo mostra o recurso a soluções arcaizantes. A talha dourada do barroco está localizada na capela-mor, numa manifestação artística que visava fazer do templo uma Domus Aurea.
É conhecido como Jardim dos Espelhos precisamente por causa dos espelhos redondos que lá se encontram.
É um espaço agradável, arborizado, com bancos, um coreto e um lago, onde se pode passar uns bons momentos em convívio ou brincadeiras com os mais novos.
Com a denominação da Sé, justamente por estar ao lado da Sé Velha.
Pequeno largo no centro da cidade, é o ponto de partida em direção ao Castelo. Este largo tem nos seus quatro cantos a Sé Velha, o Solar dos Calaínhos e o edifício conhecido como Redondo e ao centro tem o maravilhoso e emblemático cruzeiro, com o seu fuste todo serpenteado.
Um Pelourinho que faça parte da vida quotidiana de uma povoação, representava para esta mesma uma dádiva dos Monarcas de então por razões mais variadas como o poder político, económico ou territorial.
No caso de Bragança corresponde à sua situação geográfica, mostrando-nos que esta região foi habitada desde o tempo do Paleolítico, havendo por isso indícios desde esses tempos, como é o caso da base deste Pelourinho, representando um monumento proto-histórico.
Com uma situação geográfica difícil mas privilegiada, a longa história da cidade vai provocar sucessivos povoamentos e arrasamentos até que, com D. Sancho I, estes reveses vão acabar privilegiando a povoação, concedendo-lhe o foral. Assim aconteceu no ano de 1187, seguindo-lhe um segundo foral, desta vez concedido por D. Manuel em 1514.
Como habitualmente acontecia a qualquer povoação que lhe fosse concedido o foral, a construção do Pelourinho era inevitável. Contudo, neste caso, a existência de um outro mais antigo prevaleceu, possivelmente do século XIII, e que ainda hoje resiste em pé ao lado do Castelo.
Situado intra-muros da Cidadela, levanta-se sobre um soco de quatro degraus octogonais, de rebordo boleado.
Tem a seguir a sua maior particularidade, uma figura proto-histórica, como base, denominada de berrão (ou porca, frequente no Nordeste Transmontano), e sobre esta uma coluna cilíndrica e lisa, com mais de seis metros de altura.
O capitel, um largo anel cilíndrico, de onde irrompem quatro braços em cruz. Finalmente, sobre o capitel apresenta-se uma grande figura de bocarra aberta, servindo um brasão, apresentando entre as suas quatro patas em garra, em que de um lado vê-se as cinco quinas e do outro um castelo.
Este, como todos os outros monumentos existentes neste largo, está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Com um início um tanto atribulado, a igreja que funcionou como Sé Catedral foi inicialmente projectada para, com o desejo do povo e do 5º Duque de Bragança, D. Teodósio, construir um Convento da Ordem das Clarissas.
Estando numa fase de conclusão, este foi entregue, em 1561, à Companhia de Jesus que o transformou num colégio Jesuítico. Este colégio durante duzentos anos foi alvo de um nível cultural e religioso, acabando por receber a título universitário os cursos de Teologia, Filosofia e Humanidades.
Com a expulsão da Companhia de Jesus de Portugal, o edifício foi entregue à diocese de Miranda do Douro. Estes, achando que o edifício não tinha dimensões para Sé, mandaram assim acrescentar um novo edifício.
Com estes aproveitamentos e aumentos, a porta principal da igreja encontra-se na parte lateral, sob um estilo renascentista, acolhendo no tímpano um nicho com a imagem de Nossa Senhora com o Menino.
No seu interior apresenta uma abóbada nervada, é marcada pela talha dourada dos retábulos e pelo arco triunfal renascentista armoriado na pedra de fecho. A Capela-mor apresenta uma abóbada em nervuras estreladas, ornamentada nos encontros destas nervuras, e lambril revestido a azulejos policromados do século XVII.
O claustro é formado por dois pisos, sendo o primeiro formado por arcos abatidos sustentando por colunas toscanas. O segundo é formado por janelas geminadas e molduradas por colunelos.
Está classificado como Monumento de Interesse Público.