Um Pelourinho que faça parte da vida quotidiana de uma povoação, representava para esta mesma uma dádiva dos Monarcas de então por razões mais variadas como o poder político, económico ou territorial.
No caso de Bragança corresponde à sua situação geográfica, mostrando-nos que esta região foi habitada desde o tempo do Paleolítico, havendo por isso indícios desde esses tempos, como é o caso da base deste Pelourinho, representando um monumento proto-histórico.
Com uma situação geográfica difícil mas privilegiada, a longa história da cidade vai provocar sucessivos povoamentos e arrasamentos até que, com D. Sancho I, estes reveses vão acabar privilegiando a povoação, concedendo-lhe o foral. Assim aconteceu no ano de 1187, seguindo-lhe um segundo foral, desta vez concedido por D. Manuel em 1514.
Como habitualmente acontecia a qualquer povoação que lhe fosse concedido o foral, a construção do Pelourinho era inevitável. Contudo, neste caso, a existência de um outro mais antigo prevaleceu, possivelmente do século XIII, e que ainda hoje resiste em pé ao lado do Castelo.
Situado intra-muros da Cidadela, levanta-se sobre um soco de quatro degraus octogonais, de rebordo boleado.
Tem a seguir a sua maior particularidade, uma figura proto-histórica, como base, denominada de berrão (ou porca, frequente no Nordeste Transmontano), e sobre esta uma coluna cilíndrica e lisa, com mais de seis metros de altura.
O capitel, um largo anel cilíndrico, de onde irrompem quatro braços em cruz. Finalmente, sobre o capitel apresenta-se uma grande figura de bocarra aberta, servindo um brasão, apresentando entre as suas quatro patas em garra, em que de um lado vê-se as cinco quinas e do outro um castelo.
Este, como todos os outros monumentos existentes neste largo, está classificado como Monumento Nacional desde 1910.