Realmente a cisterna não se pode comparar a outros monumentos existentes na cidade de grande interesse. Contudo tem o seu ponto de interesse e talvez ainda hoje tenha a sua função, embora de um ponto de vista diferente.
A sua construção iniciou-se no ano de 1650 para fazer frente ao perigo espanhol. Na altura houve a necessidade de uma defesa forte e daí os engenheiros militares que ali se deslocaram, para construções de muralhas e quartéis, pondo a hipótese de deitar abaixo uma parte do aqueduto da Amoreira.
Neste contexto de perda do aqueduto, o inteligente Martinho Afonso de Melo, Conde de São Lourenço, ordena a construção de um depósito de água à prova de bomba e que vai abastecer a população por vários meses. Este depósito fica ligado à cisterna por um cano subterrâneo através do fosso. Este mecanismo deve-se a Nicolau de Langres.
Mais ou menos dois séculos mais tarde foi considerada a maior cisterna do mundo, mantendo-se assim viva e inalterável até agora.
A cisterna é um edifício abobadado com um reservatório com capacidade de 2.300 metros cúbicos de água, na qual se desce por uma escada de vinte e seis degraus. No exterior tem uma fonte com um tanque de quatro bicas encimadas por mármore.