Paço Episcopal, um nome que se mantém mas em que o seu verdadeiro significado deixou de fazer sentido há muito tempo. A seguir à Sé Catedral, o Paço Episcopal é o edifício mais relevante e emblemático da cidade de Braga, desde os seus primórdios medievais até à atualidade, com uma profunda ligação à cidade.
O Paço Episcopal

Paço Episcopal, um nome que no seu verdadeiro significado deixou de fazer sentido há muito tempo mas que sempre se manteve até agora como o nome pelo qual o edifício ainda é conhecido.
A seguir à Sé Catedral, o Paço Episcopal é o edifício mais relevante e emblemático da cidade de Braga, desde os seus primórdios medievais até à atualidade, com uma profunda ligação à cidade.
Edifício que faz jus à sua fama, teve o seu início no século XIV e a construção prolongou-se durante seis séculos. Teve ampliações nos séculos XVII e XVIII, abrangendo uma boa área que o confronta com quase um quarteirão, localizando as partes para três lados distintos.
Atualmente os limites estão designados por outros nomes, como por exemplo o Largo do Paço, que confronta com a Rua do Souto. A Biblioteca Municipal confronta com a Praça do Município e, finalmente, o edifício medieval confronta com o Jardim de Santa Bárbara e a Rua Eça de Queirós, formando por isso três partes essenciais na formação do conhecido Paço Episcopal.
Primeira Fase - Rua Eça de Queiroz e Jardim de Santa Bárbara

Santa Bárbara

Santa Bárbara

Santa Bárbara
A principal delas todas e a mais importante está denominada de gótica, pois remonta ao início dos anos trinta do século XIV, a mando do Arcebispo D. Gonçalo Pereira. Acabou a campanha construtiva o seu sucessor D. Fernando Guerra, arcebispo entre os anos de 1422 e 1436, sendo por isso a finalização da obra já no século XV.
As obras duraram duas décadas e a torre principal estaria concluída em 1439. De construção gótica, este edifício sofreu uma grande adulteração no século XX, mantendo ainda algumas caraterísticas essenciais como a grande parte do alçado que se orienta para o jardim de Santa Bárbara. É composto de vários corpos de diferentes registos, cuja base de construção é em granito, da qual existem algumas pedras almofadadas e a uniformização estética das obras de restauro, que lhe confina esta homogeneidade.
Segunda Fase - Rua do Souto
A segunda grande campanha construtiva deu-se no século XVI, por iniciativa do homem mais influente da cidade D. Diogo de Sousa, ao qual a história se encarregou de lhe fazer jus às suas iniciativas. Estas obras essencialmente privilegiaram as fachadas que confrontavam para a rua principal da época, a rua que mais estava ligada diretamente ao centro histórico.
O ex-libris desta campanha de obras, dando um cenário de prestígio, é a fonte dos castelos. Esta fonte situa-se ao centro pelas três fachadas compostas em U, formando o Largo do Paço. Estão classificadas como a Ala Nascente, Ala do Norte e finalmente a Ala Poente.
Ala Nascente

Esta é constituída por dois edifícios, em que um deles funcionava como a Casa da Guarda e confrontava com a Rua do Souto. Foi mandado edificar pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles e da qual estão gravadas as suas armas.
O segundo, no interior do largo, deve a D. Manuel de Sousa,que mandou edificar entre 1544 e 1549,que o utilizou para abrigar os vários cartórios e arquivos eclesiásticos. Posteriormente esta parte do edifício viria a albergar o Tribunal da Relação e o Tribunal da Primeira Instância Civil.
Ala Norte

Edificada também por D. Rodrigo de Moura Teles, esta ala atualmente alberga a Reitoria e a Biblioteca da Universidade do Minho.
Ala Poente

Edificada por D. Agostinho de Jesus entre 1587 e 1609, a Ala Poente está orientada para o Largo João Peculiar, de onde se podia contemplar as procissões. Esta ala albergou alguns dos serviços como Museu e quartel dos Bombeiros Municipais, entre outros.
Terceira Fase - Praça do Município

De maior amplitude está o edifício orientado para dita praça. Edificado na primeira metade do século XVIII, sob o desígnio do barroco, D. Rodrigo de Moura Teles foi o orientador da ampliação desta parte do Paço, com D. José de Bragança, o sucessor de D. Rodrigo, a encarregar-se de dar as obras um cunho mais aparatoso. Esta fachada veio a sofrer um incêndio em 1866, tendo sido reconstruído na integra nos anos vinte e trinta do século XX.
Esta campanha de reconstrução veio dar ao edifício uma fachada tripartida, com a parte central mais recuada que as duas laterais. A central é formada por dois pisos, sendo as laterais formados por três pisos. Entretanto, nas décadas de trinta e quarenta do mesmo século, sofreu obras de restauro ficando com o atual aspeto. Atualmente alberga a Biblioteca Municipal.
Classificação
Nos anos sessenta do século XX o Paço foi classificado como Imóvel de Interesse Público.
Localização
Referências
- Direção-Geral do Património Cultural. «Antigo Paço Episcopal Bracarense»