
Esta igreja, com origem no século XII, situa-se no Lugar do Mosteiro, na freguesia de Tarouquela, e pertencia a um dos primeiros mosteiros femininos da ordem de São Bento a sul do Douro.
História


Esta igreja situa-se no Lugar do Mosteiro, na freguesia de Tarouquela, e pertencia a um dos primeiros mosteiros femininos da ordem de São Bento a sul do Douro.
Com origem no século XII, este mosteiro foi fundado por um casal, Ramiro Gonçalves e sua esposa D. Ouruana Nunes. Estes adquiriram uma herdade que tinha pertencido ao aio de D. Afonso Henriques, Egas Moniz, para ali fundarem o mosteiro. O mosteiro foi reconhecido pelo bispo de Lamego em 1171.
No final deste século ou início do seguinte dá-se início à construção da Igreja do Mosteiro. Possivelmente, segundo uma inscrição, a igreja foi concluída ou sagrada em 1214.
De 1481 a 1495 foi construída a Capela de São João Batista e pouco tempo depois foi criada a imagem da Virgem do Leite.
Entrando em declínio no século XV devido à sua situação geográfica e principalmente ao desleixo das monjas, dá-se finalmente, em 1535, a transição para um mosteiro no Porto juntamente com monjas de diversos outros mosteiros. O Mosteiro de Tarouquela passa a ser administrado por esse mesmo mosteiro do Porto.
Nos séculos XVII e XVIII é ampliada a capela-mor do Mosteiro de Tarouquela. No entanto, no final deste último século a parte conventual quase desapareceu.
A igreja é restaurada na década de 1970. Finalmente em 2014 e 2015 são feitas diversas obras de conservação pela sua integração na Rota do Românico, integração essa que já tinha acontecido em 2010.
Fachada Principal



Na fachada oeste salienta-se o portal principal com arquivoltas em arco quebrado assentes sobre colunas. De notar, sobre as impostas, as imagens de dois cães que seguram corpos humanos pelas pernas. Simbolizam o afastamento de forças malignas à entrada da igreja e o castigo que os pecadores podem esperar.
Os capitéis das restantes colunas são também decorados, conforme habitual neste tipo de construção, com motivos vegetalistas e animalistas. O tímpano é também decorado com motivo vegetalista.
Sobreposto ao portal nota-se um recorte sobre um friso, onde pode ter estado um alpendre.
Fachada Norte



Fachada Sul



No lado direito vê-se a antiga capela de São João Batista, criada no final do século XV, e que atualmente é a sacristia.
Na fachada sul existe outra porta de duas arquivoltas em arco quebrado sobre colunas com capitéis e tímpano liso. As mísulas indicam que houve aqui um alpendre a proteger esta entrada lateral e a escada de acesso à torre sineira, como se nota na foto de 1960.
Sobre as mísulas existe ainda um friso, a que se sobrepõem duas pequenas janelas.


Ainda na fachada sul da igreja encontramos dois túmulos de que se ignora a quem foram destinados. No entanto, os símbolos presentes nas tampas, uma espada e um báculo, podem indicar que um dos tumulados foi uma abadessa. Estes túmulos estavam no interior da igreja, tendo sido posteriormente transportados para o local atual.
Torre Sineira

No lado sul da igreja, ligeiramente recuada, está a torre sineira quadrada com quatro sinos em arco de volta completa. É encimado por uma pirâmide ladeada por pináculos e terminada com uma cruz. O acesso à torre é feita pela escada no lado exterior sul da igreja.
Fotos antigas

em 1951

igreja em 1960

Estas fotos antigas, tal como as fotos de interior, foram inseridas com a devida autorização da Rota do Românico.
Interior



A igreja é de nave única e capela-mor mais baixa e mais estreita que a nave. A meio da nave, no lado esquerdo, existe outro altar também em estilo barroco tal como o altar-mor, e mais dois altares colaterais à capela-mor.
Destaca-se as esculturas beneditinas com particular relevo para os animais com a função de proteger contra o mal, dois homens com uma cabeça, um homem entre duas aves, uma sereia, serpentes, palmetas e motivos geométricos.
A separar a nave da capela-mor, no arco triunfal, quebrado, salienta-se a decoração com vestígios de uma pintura policroma.
Rota do Românico
Esta igreja faz parte da Rota do Românico, sendo o número 26 do Percurso do Vale do Douro.
Classificação
Esta igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1945.
nesta localidade Tarouquela
ou neste concelho Cinfães
Outras localidades deste concelho Cinfães
Localização
Referências
- Rota do Românico. « Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela»