Nos tempos em que o Império Romano estava no seu auge com o domínio territorial à volta do Mediterrâneo, desde o norte de África, Médio Oriente e finalmente Europa, a Hispânia servia de último reduto da ocupação.
A Hispânia, assim chamada pelo Império à atual Península Ibérica, manteve-se pelo menos seis séculos com a marcada presença dos romanos, deixando basicamente marcas como cidades, pontes, estradas e outras.
Com a extinção do Império Romano no século V d.C., e mais tarde com a Independência do Condado Portucalense que deu origem ao atual Portugal, acabou por existir um vasto e significativo espólio romano compreendido entre o norte e sul deste novo País.
É precisamente com este espólio que a norte do País se localiza uma das mais importantes cidades romanas, pelo seu poder político, económico e comercial.
Batizada pelos romanos de Bracara Augusta, atual Braga, em que Bracara de nome e Augusta por ser considerada como se de uma obra divinal se tratasse. Assim permaneceu Bracara Augusta durante séculos até ser traduzida para Braga.
Atualmente, a jóia da coroa da cidade de Braga começou a ser descoberta no subsolo, servindo para elaboração de debruçados estudos arqueológicos, no âmbito de melhor identificação do cenário daquela época.
Assim e através dos vários pontos espalhados pela cidade, as ruínas de Bracara Augusta poderão ser identificadas nos seguintes espaços, conforme a seguir se descrevem alguns.
Situada no centro da cidade, mais concretamente na Rua do Raio, a Fonte do Ídolo é um dos mais raros e únicos locais da cidade romana. Edificado no século I, este Santuário Rupestre ligado ao culto da água e daí funcionando como um fontanário, é formado por um afloramento granítico vertical, com cerca de três metros de largura.
Neste afloramento estão esculpidos relevos figurativos e inscrições, como a da esquerda, uma estátua a medir um metro e dez centímetros, que se encontra num estado de degradação que impossibilita de identificar se a personagem é feminina ou masculina. Contudo, tudo indica que seja consagrada à deusa Nábia como divindade principal, e Tongus Nabiagus, seu parceiro e imigrante originário da cidade de Acróbriga.
Todavia, consegue-se perceber de que se trata de uma figura Togada que segura na mão um objeto, talvez uma cornucópia, estando no lado esquerdo da cabeça uma inscrição sobre o parceiro e imigrante de Acróbriga.
À direita desta figura apresenta-se uma edícula, com a representação de um busto no interior, intencionalmente à esquerda para dar espaço à inscrição do dedicante Celicus Fecit e à sua esquerda o nome de uma divindade do Tongus Nabiagus.
Em 1910 entrou para a lista dos Monumentos Nacionais.
Precisamente no largo, ao ser removido o pavimento anterior ficou a descoberto o que classificariam como vários muros romanos. Com a modernidade, veio a impossibilidade de realizarem escavações arqueológicas no respetivo largo.
Estes achados que atribuem aos séculos I e II, com todas as indicações devidas ao posicionamento e caraterísticas construtivas, permitem dizer que correspondem a muros que integravam um quarteirão residencial, devendo fazer parte de um domus (casa familiar).
Por isso, os muros foram desenhados e fotografados devidamente para que ficasse assinalado no atual pavimento, dando a ideia de que as pedras existentes pertenciam à era romana.
No nártex, no lado direito da entrada da Sé, encontra-se um bloco granítico com uma inscrição romana. Não tem muito que se diga sobre esta inscrição, pois o estado de degradação é bastante grande, que quase se torna irreconhecível a verdadeira inscrição. Igualmente é desconhecida a sua origem.
Situada nas traseiras da Sé, mais concretamente na Rua da Nossa Senhora do Leite, outro bloco granítico com outra inscrição romana. Referida cronologicamente como sendo do século II d.C., em que a inscrição invoca o culto da deusa Isis, em Bracara Augusta. É dedicada a uma personagem importante da cidade romana, propriamente dito a Lucrécia Fida, uma sacordetisa de Roma e Augusto.
Crê-se que a inscrição pertencesse a um templo que se localizava nas imediações da atual Sé, uma área periférica da cidade romana, onde se pensa ter existido também um mercado. O culto a esta deusa difundiu-se na Hispânia a partir do século II, estando associada à abundância, magia, natureza e maternidade.
O referido Largo do João Peculiar situa-se precisamente no lado norte da Sé, com acesso para os claustros, e mesmo ao lado da porta situa-se uma terceira inscrição romana. Das três inscrições é a mais visível, pertencendo a um período compreendido entre II a.C. e 14 d.C.
Segundo os peritos a inscrição está fragmentada, podendo ser interpretada como bidental, com base na refundação da cidade devido à queda de um raio que supostamente teria atingido um lugar emblemático da cidade.
Na Rua Dr. Rocha Peixoto, conhecida localmente como o Alto da Cividade, é o local com melhores indicações para identificar a importância e grandeza da cidade a que estas eram atribuídas, tendo termas e um teatro.
Os vestígios ali presentes permitem afirmar que o edifício corresponde ao século II d.C., de forma retangular com cerca de quarenta metros de comprimento e doze de largura. O interior é formado por vários compartimentos de quentes e frios, possibilitando aos frequentadores poderem circular entre eles. O espaço destinado a preparação física, denominado de palestra, encontra-se a poente.
Neste espaço de que foi feita uma descrição das termas, a norte do edifício termal, surgiram vestígios arqueológicos que indicam um teatro (atualmente no início das escavações), tudo indicando de uma associação construtiva em simultâneo.
A poucos metros da Porta Nova, o Largo das Carvalheiras também está identificado como tendo vestígios romanos. Com visita através de marcação prévia, e por isso um pouco mais difícil, tudo indica que se trata de uma casa insulae (quarteirão). É conhecido de que a sua última ocupação é entre os séculos VIII e IX, sendo o projeto construtivo do ano I d.C. Pode-se ver pela maquete que se trata de uma elegante domus (casa familiar), com um átrio e peristilo, desenvolvendo-se em duas plataformas distintas.
No século II a parte norte da casa foi alterada com a construção de um balneário público, com o antigo peristilo a ser transformado em palestra e em lojas. Restou a parte sul, a qual o edifício residencial nunca mais vai recuperar dos tempos iniciais.
Situado na Rua dos Bombeiros, a poucos metros do Alto da Cividade, não há muito a dizer no que respeita a um museu. Todavia este museu reúne todas as peças arqueológicas desde o Paleolítico até à Idade Média, inclusivamente os vestígios romanos tais como os marcos miliários, câmaras de incineração de corpos e pequenos utensílios do dia a dia
Por variados motivos que os tornaram impossíveis de visita, há mais uns quatro locais com vestígios romanos como o Domus da Escola Velha da Sé, o Museu Pio XII, o Ex Albergue Distrital e as Frigideiras do Cantinho, situados respetivamente na Rua Afonso Henriques nº 1, Largo Santiago, Rua de São Paulo e finalmente no Largo de São João de Souto.
Este ponto está situado na localidade Braga, na freguesia Braga (Maximinos, Sé e Cividade).
(Distância: 220 m NW)
A Igreja de São Sebastião foi possivelmente fundada no final do século XIV. Contudo o atual templo corresponde ao início do século XVIII, fruto de uma reedificação.
(Distância: 242 m N)
O oratório deve-se à grande devoção da população de Braga, pelo facto de a cidade ter sido poupada no terramoto de 1755, por intervenção de Nossa Senhora.
(Distância: 269 m NE)
É conhecido como Seminário de Santiago, pois está situado no largo com o mesmo nome para o qual a fachada principal está orientada.
(Distância: 276 m N)
Este templo religioso foi edificado no século XVI a mando da Companhia de Jesus, sob a orientação do Arcebispo de Braga D. Bartolomeu dos Mártires e do Cardeal Rei de Portugal.
(Distância: 287 m N)
O nome dado à Igreja de Santiago deve-se a que esta estava na antiga rota dos Caminhos de Santiago de Compostela.
(Distância: 357 m NW)
Também é conhecido como Cruzeiro do Campo das Hortas, devido ao local onde esteve originalmente antes da sua deslocação até à sua posição atual, o Largo das Carvalheiras.
(Distância: 428 m N)
Anterior à Nacionalidade, esta edificação do século XI é a Catedral mais antiga de Portugal.
(Distância: 448 m N)
Casa dos Paivas ou Casa da Roda, dos finais do século XV e princípios do XVI, situa-se nas traseiras da Sé Catedral, na rua de Nossa Senhora do Leite.
(Distância: 466 m NE)
A Igreja de Santa Cruz foi mandada edificar no início do século XVII, um período em que o barroco predominava e em que Braga evidencia a arte como sendo o principal marco da cidade.
(Distância: 469 m N)
Um pelourinho bastante atribulado tanto na sua localização com as várias deslocações sofridas, como na sua estrutura.