A Misericórdia de Azurara foi fundada em 20 de abril de 1566 por alvará régio, tendo autorização de D. Sebastião em 30 de julho de 1577.
A Misericórdia de Azurara foi fundada em 20 de abril de 1566 por alvará régio, tendo autorização de D. Sebastião em 30 de julho de 1577. A sua sede provisória foi a capela da Confraria de Nosso Senhor dos Passos que, por causa das suas pequenas dimensões, foi aumentada e completamente transformada pela irmandade.
No início do século seguinte Francisco Gonçalves Vila-Chã e sua mulher mandaram construir uma nova capela-mor, suportando as despesas. Ali na capela-mor foram depois sepultados em campa rasa. Esta capela foi reconstruída e ampliada em 1814. O mesmo casal legou à irmandade a casa para aí se fundar o Hospital da Misericórdia e dotou-lhe as rendas necessárias ao seu funcionamento.
Entre 1642 e 30 de julho de 1792 existiu aqui a Confraria dos Clérigos da Maia, Azurara, Vila do Conde e Marinhas.
Na capela lateral do Cristo Crucificado foi sepultado outro benfeitor da Misericórdia, o capitão Manuel Lopes Nauzinha, Cavaleiro da Ordem de Cristo. Este jaz em sepultura de mármore, brasonada.
A fachada, eclética, combina vários elementos provenientes de várias fases de obras. Assim, podemos ver elementos do século XVII, como o portal principal e a estrutura vertical. No século XX esta fachada foi revestida a azulejos. A torre sineira é de edificação posterior à igreja.
A empena que termina a fachada é triangular e separada por um friso a toda a largura da igreja. Esta prolonga-se até à torre sineira, esta num nível mais baixo. A empena sobrepujada à igreja é ladeada por pináculos e termina com uma cruz. A empena relativa à torre sineira é também sobrepujada por pináculos, diferentes dos outros, a ladearem a sineira. Esta, por sua vez, é terminada em arco pleno e sobrepujada por três pináculos, um ao centro e um de cada lado.
A porta principal da igreja é em arco completo ladeada por pilastras e sobrepujada por uma trave horizontal. A torre sineira tem também uma porta na base, em arco abatido, por onde se faz a ligação ao interior da nave.
A igreja e a torre sineira são ladeadas por pilastras, sendo as da igreja e a direita da torre nos cunhais. A pilastra esquerda da torre é idêntica à direita, mas não forma o cunhal estando pelo contrário ligeiramente afastada da igreja mas ligada por um friso de azulejos. Todas as quatro pilastras são sobrepujadas por pináculos.
A Igreja da Misericórdia de Azurara é de planimetria longitudinal em dois volumes retangulares, sendo o da capela-mor mais pequeno do que o da igreja.
A igreja é de nave única coberta por abóbada de nervuras que foi pintada.
O interior foi muito alterado por obras que decorreram nos séculos XVIII e XIX, embora mantendo o aspeto original, do século XVI.
A igreja possui, além do altar-mor, mais dois altares colaterais ao arco triunfal e mais dois altares no lado esquerdo da igreja. Entre estes dois existe um púlpito também em talha dourada do século XIX.
É também desse século o arco triunfal que separa a nave da capela-mor, os altares colaterais e o retábulo-mor.