Com três denominações das quais a mais conhecida é a de Igreja de Bom Jesus da Cruz, junta-se a Igreja do Senhor da Cruz e Igrejas das Cruzes. Todas elas têm a mesma finalidade, pois a igreja foi edificada na sequência de um milagre ou lenda ocorrida em 1504 com o aparecimento de um cruz "de terra bem negra" no piso barrento do Campo da Feira.
Nos anos seguintes ao milagre, a crença religiosa aumentou, estando na origem de um primitivo cruzeiro e de uma simples capela. Acabou efetivamente por se tornar numa das principais devoções do Minho, até aos nossos dias, com a celebração das Festas das Cruzes.
Contudo, da simples capela quinhentista já nada resta na atual. Esta remonta ao século XVIII, sendo uma obra de referência da arquitetura barroca nacional. Teve o empenho do Arcebispo de Braga, D. João de Sousa com a arquitetura de João Antunes, o mais prestigiado arquiteto da altura.
Uma capela de caraterísticas diferentes das habituais, de planta circular e delimitada por pilastras. É feita num plano centralizado, com prolongamentos retangulares relacionados entre si ligando axialmente a capela-mor e a entrada principal.
A fachada principal apresenta o portal em moldura reta sobrepujada de um entablamento e por um frontão curvo interrompido. É encimado por uma janela redonda e é rematada por uma torre sineira com uma cobertura redonda. Os panos retangulares possuem rasgos das portas laterais, ambos em verga reta, encimada por frontões triangulares.
É aconselhável visitar o interior, perante tal arquitetura, para a conhecer, uma vez que é proibido tirar fotos.
A Igreja das Cruzes está classificada como Imóvel de Interesse Público.
Esta igreja está situada no centro histórico de Barcelos, no extremo sudoeste do Campo da República ou Campo da Feira.