Pela razão da sua situação, a Casa do Facho foi inicialmente pensada para ajudar na navegação orientando os barcos para evitarem aquela zona costeira de Fão, devido à formação pedregosa dos "Cavalos de Fão". Também contribuiu para a vigilância da costa durante a Guerra da Restauração e das Lutas Liberais.
Quanto à Casa do Facho, apresenta-se parcialmente destruída mantendo-se a fachada e parede lateral sul. A fachada mostra uma pequena porta de arco de volta perfeita encimada pelo brasão real. Na parte traseira interior existe uma espécie de cantareira, a que lhe chamavam o banco dos poveiros que aí se sentavam para comer os farnéis da romaria.
Quanto à capela, foi edificada no século XVIII, de planta longitudinal composta por uma nave e capela-mor curva e sacristia. A fachada é de frontão triangular encimada por cunhais de pilastras, em que o portal ao centro é de verga reta ladeado por duas janelas quadrangulares. No frontão abre-se um óculo gradeado.
A capela de Nossa Senhora da Bonança é anterior ao Farol do Facho. A capela nasce no intuito de lançar a religião católica contra a cultura (pagã) nórdica. Foi construída a capela-mor num "barco-de-pedra", construção da idade do bronze onde eram realizados rituais profiláticos e só no século XVIII é que houve o prolongamento e a construção do frontão da capela.
Ainda hoje podemos ver um ex-libris no museu de etnologia da Póvoa, a porta antiga desta capela. Numa das suas remodelações deitaram muita coisa fora e houve a brilhante ideia de alguém guardar a porta da capela que, em 1938, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim comprou por 80 escudos. A porta está repleta de runas e caracteres pagãos que inteligentemente os poveiros se apropriaram e lhe chamam siglas poveiras.