O Teatro Municipal de São Luiz, uma das mais importantes salas de teatro de Lisboa, foi inaugurado em 22 de maio de 1894 com o nome de Teatro Dona Amélia, então rainha de Portugal.

O ator e empresário de uma companhia de teatro profissional do Rio de Janeiro, Guilherme da Silveira, chega a Portugal com uma fortuna recente adquirida no Brasil. Com vontade de criar um teatro, constituiu uma sociedade com diversos investidores para o fazer construir.

O local escolhido foi a Rua do Tesouro Velho, que agora se chama Rua António Maria Cardoso, em terrenos pertencentes à Casa de Bragança, que era também a proprietária de outros terrenos daquela zona da cidade. Entre os investidores conta-se o que foi o grande impulsionador Luís de Braga Júnior, o Visconde São Luiz de Braga.

O projeto esteve a cargo do arquiteto francês Ernest-Louis Reynaud e com ele o teatro obteve o aspeto parisiente e cosmopolita, conforme vontade da sociedade.

Inauguração

É assim inaugurada 22 de maio de 1894 uma das mais importantes salas de teatro de Lisboa com o nome de Theatro Dona Amélia, então rainha de Portugal. Estreou com a ópera italiana "A Filha do Tambor-Mor", de Offenbach, e por ali passaram grandes nomes do teatro.

O Cinematógrapho

Em 15 de agosto de 1896 uma grande renovação acontece quando o Teatro D. Amélia é a segunda sala, a seguir ao Coliseu, a mostrar a projeção de um filme. Esta era feita num ecran provisório e durante o intervalo ou final das peças de teatro. Nasce assim o Cinematógrapho – A Fotografia Animada, que teve, como em qualquer inovação, vozes a favor que afirmavam ser uma grande melhoria e vozes contra que diziam que esta novidade não tinha qualquer interesse.

Guilherme de Silveira, gestor do teatro durante cinco anos, transfere a gestão para o Visconde São Luiz pouco antes de morrer, em 1900.

Teatro República

Em 1910, com o fim da monarquia e a fuga da família real para o Brasil, o Visconde de São Luiz resolve alterar o nome do teatro. Passa assim do nome da rainha para Teatro República, em honra do regime então iniciado.

Incêndio e Reconstrução

Na noite de 12 para 13 de setembro de 1914 um grande incêndio destrói o teatro por completo. A sua reconstrução, de novo impulsionada pelo Visconde, fica a cargo do arquiteto Tertuliano Marques. Este teve a indicação para seguir a linha original, sendo então a sala reinaugurada e reaberta em 16 de janeiro de 1916.

Em 1917 a gestão do teatro passa do Visconde de São Luiz para António Ramos, outro dos sócios da fundação.

A família Ortigão Ramos, herdeira de António Ramos, adquire os terrenos à Casa de Bragança e no ano seguinte, pela morte do Visconde de São Luiz, mudam-lhe o nome para Teatro São Luiz, em sua homenagem.

Inicia o Cinema

Em 1928 a sala de teatro é adaptada a cinema e de novo mudou de nome para São Luiz Cine. A estreia, em 7 de abril desse ano, foi feita com o filme "Metropolis" de Fritz Lang, acompanhado por uma orquestra de quinze elementos dirigida pelo maestro Pedro Blanc.

Dois anos depois houve de novo a adaptação necessária para se tornar no primeiro cinema sonoro em Portugal e em 1930 estreia a sala adaptada com o filme Prémio de Beleza, de Augusto Genina.

São Luiz e Alvalade

Como nota curiosa, na década de 1960 eram ali exibidos filmes em conjunto com o Cinema Alvalade. O problema é que, para reduzir custos, era a mesma bobina do filme que era projetada no São Luiz e daí levada para o Cinema Alvalade onde os espetadores tinham que aguardar a chegada.

O filme era composto por várias bobinas. Se havia problemas no trânsito para chegar a bobina seguinte, os espetadores tinham que ficar pacientemente à espera da sua chegada e da continuação do filme.

Aquisição pela Câmara Municipal

Talvez por causa deste problema e do pouco interesse nessa novidade que era o cinema, a partir de 1960 a audiência começou a reduzir drasticamente, o que fez com que tentassem fazer voltar o teatro, mas sem grande sucesso.

Em 1971 a sala do teatro, já com pouco ou nenhum público, foi adquirida pela Câmara Municipal de Lisboa, que lhe mudou o nome para o atual, Teatro Municipal de São Luiz. Mas o mal estava feito e desde então teve momentos melhores e piores, mas nunca voltando ao sucesso e à importância de antigamente.

Remodelação do Teatro

Em 1990 o espaço foi cedido à Companhia Teatral do Chiado e ao ator Mário Viegas, que ali criou diversas atividades e ações culturais.

Em 1998 foi iniciada nova remodelação do edifício, com base no projeto do arquitecto Francisco Silva Dias. Com esta remodelação, além da ampliação e remodelação da sala de teatro, acrescentou-se uma sala estúdio, um café concerto e um restaurante, cada um com o seu autor de projeto e apoio.

Em julho de 2016 foi atribuído à sala principal o nome de Luís Miguel Cintra, homenageando assim o ator.

Localização

Este ponto está situado na localidade Santa Maria Maior, na freguesia Santa Maria Maior.

Coordenadas GPS: N 38 42.555' W 009 08.548'  (38.70925, -9.14247)

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