Século XIX

O século XIX, decorrido entre 1801 e 1900, os anos dos acontecimentos denonimados de oitocentistas, foi o século das grandes invenções e descobertas em todas as áreas da ciência.

O Século XIX

Foi a base dos desenvolvimentos que aconteceram no século seguinte, o século XX. Foi o século de maior crescimento populacional devido principalmente aos avanços do conhecimento da anatomia humana e por consequência da medicina, duplicando a população mundial de 200 milhões para mais de 400 milhões. O aparecimento da via férrea proporcionou uma melhoria na vida e os grandes movimentos urbanísticos.

No campo das artes assistiu-se aos sucessivos sinais do neoclassicismo, do romantismo, do naturalismo e realismo, tal como o impressionismo.

Nos monumentos em Portugal assistiu-se ao aparecimento do neoclassicismo no final do século, primeiro no Porto e depois estendendo-se até Lisboa, um estilo que se mantém até ao início do século XX por motivo dos problemas da sociedade e da política durante esse século. Ainda como resultado do terramoto de 1755 e das suas consequências para o país dominava a arquitetura pombalística e daí o neoclassicismo demorar mais a desenvolver, ao contrário da Europa onde já se via desde o século anterior.

Neoclassicismo

Teatro Sá de Miranda
Viana do Castelo

Na arquitetura pombalística não se utiliza a decoração prevalecendo a sobriedade clássica e privilegiando a construção anti-sísmica e a funcionalidade, suprimindo o que é supérfluo. Os edifícios são habitualmente constituídos por três corpos, sendo o central mais saliente, com pilastras, varandas e poucas ou nenhumas esculturas.

Santuário do Bom
Jesus do Monte
Braga

O Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, é mais um exemplo de uma obra neoclássica do final do século XVIII e início do século XIX em três volumes, sendo o central saliente.

Quanto à decoração, nota-se o abandono da talha dourada para a mais simples talha de cor branca, idêntico ao clássico. Pelo contrário utilizam-se mais azulejos principalmente durante o reinado de D. Maria I, no início do século.

Romantismo, neomanuelino e neogótico

Fachada da Estação
do Rossio, Lisboa

O romantismo surgiu no final do século XVIII, prolongando-se por grande parte do século seguinte. Em Portugal apareceu mais tarde, já no século XIX. Foi a época dos romances, dos sentimentos, dos dramas, das tragédias, do sonho e da fantasia, do subjetivo e do ideal.

Sendo um movimento oposto ao neoclassicismo, os artistas dedicam-se ao individualismo, ao sentimento, à emoção. Na arquitetura destaca-se a recordação do passado, destacando-se o neomanuelino e o neogótico. Os edifícios são de planta irregular em que se simula que foi construído em várias fases com os devidos e sucessivos acrescentos, tal como acontecia nos monumentos medievais. A decoração recorda o passado, utilizando no entanto as técnicas modernas e as inovações. Mantém-se ainda a funcionalidade a sobrepôr à decoração, típico do neoclássico.

Livraria Lello e Irmão
Porto

Com a utilização do ferro alem da pedra consegue-se outras construções anteriormente impossíveis ou muito difíceis, como o Elevador de Santa Justa em Lisboa e a Estação da CP no Rossio, também em Lisboa. Construía-se facilmente grandes vãos com a utilização de vigas de ferro em vez da tradicional cúpula em pedra.

O neomanuelino trás a grande decoração, por recordação do manuelino do século XVI, criando-se arcos, pináculos, frisos, e muitos outros elementos clássicos.

A Livraria Lello e Irmão é um belo exemplo do estilo neogótico, um estilo inspirado no gótico, mas que não teve grande expressão.

No final deste século surge o ecletismo, uma mistura de diversos estilos utilizados ao longo do século.

 


 
 

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